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domingo, 21 de março de 2010

SÃO JOSÉ:O GRANDE !






É assim que a Igreja o chama: santíssimo, fidelíssimo, dulcíssimo, obedientíssimo, justíssimo José! Superlativos que buscam descrever o perfil do maior de todos os Santos! Segundo as escrituras Sagradas, José nasceu em Belém (Lc-2,3-4). Viveu com Jacó seu pai e Cleófas seu irmão mais velho, no Vale Esdrelon em Nazaré da Galiléia, onde trabalhava na lavoura ajudando o pai a produzir alimentos para o consumo próprio e comercialização. Entretanto, com o passar do tempo já se percebia neste uma notável inclinação para os trabalhos com madeira, vocação que o levou a deixar o cultivo do solo num segundo plano e a se dedicar na sua profissão.

O verbo de Deus que se encarnou no seio de Maria, por obra do Espírito Santo, necessitou, além da mãe, da presença do pai que lhe desse uma filiação legal para oficializar-lhe a descendência davídica. Coube, no entanto, a José bem mais. Transmitiu a Jesus seu amor de homem e de pai, amparando-o, defendendo-o nas adversidades da infância, em nome e no lugar do próprio Deus. Por isso, não faltam autores cristãos que vêem em José o representante de Deus Pai na infância de Jesus. A propósito, afirma João Paulo II: Com a autoridade paterna sobre Jesus. Deus terá comunicado também a José o amor correspondente, aquele amor que tem a sua fonte no Pai do qual toda a paternidade, nos céus e na terra, toma nome. Pelo título de Pai podemos compreender os demais dele derivados: patriarcado de Abraão e de Davi à paternidade espiritual de José, de morto tipológico ou analógico, à devoção a São José relaciona seu patriarcado e sua paternidade ao patronato da Igreja, afirmando que assim como velou e defendeu com paterna solicitude a Jesus e Maria, protege a comunidade universal dos fiéis, continuadora da missão de Cristo no mundo até a consumação dos tempos.

Ninguém ignora que São José é o esposo de Nossa Senhora e pai adotivo de Jesus. A Bíblia não fala muito dele. No entanto, o amor cristão faz de cada palavra do Evangelho de São Mateus um ensinamento novo para a vida. Eis alguns fatos que sempre recordamos:

A ordem dada a São José de receber Maria como esposa. Que vem a ser o fim do Antigo Testamento e o começo do Novo. Ele é o patriarca, o grande pai.
A fuga para o Egito e a volta lembram a história de todo o povo de Israel – o Êxodo. Portanto, São José é o amigo do povo, dos pobres, dos pequeninos, dos perseguidores e dos sofredores.
Da Bíblia, recebeu ele o título maior que ela costuma dar a alguém: Justo. São José era um homem “justo”. Tanto a Idade Média quanto os tempos modernos lembraram São José como modelo para o lar e, também, para o operário.
A esperança dos homens reside na fragilidade de uma Criança, Jesus precisava do aconchego de um lar, rico de fé e de amor, até que se afirmasse como homem maduro, assumido, desde o batismo, uma união com Deus, seu Pai, a missão pela qual foi enviada ao mundo. Aquele que tudo pode para nos salvar, não quis realizá-lo sem nossa participação, presente de modo próprio na colaboração de José e de Maria. Por isso, a atitude de José é a nossa de acolher a Jesus Salvador como se apresentou ao mundo do Natal à Páscoa.

Quando a bondade divina escolhe alguém para uma graça singular, dá-lhe todo o carisma necessário, o que aumenta fortemente a sua beleza espiritual. Foi isso mesmo o que aconteceu com São José, pai de nosso Senhor Jesus Cristo segundo a lei e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Soberana dos anjos.

O Pai eterno escolheu-o para ser o sustento e o fiel guardião dos seus principais tesouros, isto é, do seu Filho e da sua esposa; função que ele cumpriu com toda a fidelidade. Por isso, o Senhor lhe disse: “Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor”.

Ele é, na verdade, a conclusão do Antigo Testamento: é nele que a dignidade dos patriarcas e dos profetas recebe o fruto prometido. Só ele possuiu na realidade o que a bondade divina lhes havia prometido. Não podemos certamente duvidar: a intimidade e o respeito que Cristo prestava a José ao longo da sua vida, como um filho para com seu pai, Ele não pôde renegar no Céu; pelo contrário, enriqueceu-o e completou-o.

José, por ser um homem de poucas palavras, de gênio calmo e retraído, vivia dedicado ao trabalho e as orações na sinagoga, fazendo do labor o seu próprio lazer.

Nada sabemos de como foram aproximados José e Maria, nem tampouco temos dados a respeito das condições que ambos se impuseram para uma vida conjugal em comum, sob o mesmo teto, na aparente normalidade dos matrimônios de todos os tempos. Em todo caso, José aparece como Esposo de Maria, como em Lucas 2,5 quando fala da ida a Belém, onde foi José, a fim de recensear-se com Maria sua Esposa que se achava grávida. Para todos os efeitos também José, na opinião pública do tempo, era o “Pai” de Jesus, como registra Lucas: “iam seus pais, todos os anos, a Jerusalém, pela festa da Páscoa” (2,41). Assim, como fica claro, José percorreu todas as etapas legais do tempo para as várias fases entre a promessa e a realização oficial do matrimônio.

José, pois, como esposo de Maria era o pai legal de Jesus. Daí, aparece ele nas genalogias, que entre os hebreus eram formuladas na linha masculina: “A figura do pai legal é equivalente quanto a direitos e obrigações a do verdadeiro pai. Neste fato fundamenta-se solidamente a doutrina e a devoção ao Santo Patriarca como padroeiro Universal da Igreja, visto que foi escolhido para desempenhar uma função muito singular no plano divino da nossa salvação: pela paternidade legal de São José, é Jesus Cristo Messias descendente de Davi”. (cf. Bíblia Sagrada, Edições theologica, Braga 1985, p. 112).

Dos relacionamentos da vida familiar, pela partilha dos inícios do matrimônio, dos dolorosos momentos de ansiedade e dúvida, pouco ou nada podemos extrair das fontes, apenas entregar-nos a divagações e deduções que, sem dúvida, são válidas para captar algo deste mistério, para idealizar a história de um par que Deus. Num determinado momento, atraiu para o centro de seu plano. Os dois, na fé, deram seu SIM e com ele se envolveram numa história luminosa e sangrenta, de cujos benefícios ainda hoje nós colhemos os frutos.

A última menção feita a José nas Sagradas Escrituras é quando procura por Jesus no Templo de Jerusalém. Veneração especial a José começou na Igreja moderna, onde escritos apócrifos passaram a relatar a sua história. O escritor Irlandês, do nono século Felire de Oengus comemora José, mas veneração a José só se espalhou no século XV. Em 1479 ele foi colocado no calendário Romano com sua festa a ser celebrada em 19 de março. São Francisco de Assis e Santa Tereza d’Ávila ajudaram a espalhar a devoção, e em 1870 José foi declarado patrono universal da Igreja pelo Papa Pio IX. Em 1889 Papa Leão XIII o elevou a bem próximo da Virgem Maria e o Papa Benedito XV o declarou patrono da justiça social. O Papa Pio XII estabeleceu uma segunda festa para São José, a festa de “São José, o trabalhador” em primeiro de maio. Ele é considerado pelos devotos como padroeiro dos carpinteiros. Na arte litúrgica José é mostrado com um lírio, e algumas vezes ensinando a Jesus o Ofício de carpinteiro.

Considerações sobre São José:

São José é o santo que intercede por toda a graça que necessitamos, muitas vezes de maneira surpreendente e quase inacreditável.
Os singulares privilégios de São José foram revelados à Serva de Deus, Santa Agueda:
Por sua intercessão alcançamos a virtude da castidade e a vitória sobre as tentações contra pureza.
Por sua intercessão alcançamos a benevolência da Santíssima Virgem Maria e a verdadeira devoção a ela.
Por sua intercessão alcançamos a graça de uma boa morte e a especial proteção contra o demônio nesta hora.
Os espíritos malignos estremecem ao ouvir o nome de São José.
Por sua intercessão alcançamos a saúde do corpo e o auxílio nas mais diversas necessidades.
Por sua intercessão famílias alcançam a bênção da prosperidade.

Nossa Senhora revelou a Santa Agueda:
“Os homens ignoram os privilégios que o Senhor concedeu a São José, e quanto pode sua intercessão junto a Jesus. Somente no dia do Juízo os homens conhecerão sua excelsa santidade e chorarão amargamente por não haverem se aproveitado desse meio tão poderoso e eficaz para sua salvação e alcançar as graças de que necessitam”.

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